quarta-feira, 15 de abril de 2009

D-Í-Z-I-M-O


Muito se fala sobre dízimo nas igrejas, mas nunca, ou quase nunca, discute-se da veracidade dessa “imposição” bíblica. Sempre de uma forma bem direta e com muita segurança nossos pastores pregam a importância de dizimar tendo como enfoque a repreensão do devorador, e com isso nossa mente acaba por aprender que isso é assim e acabou. No entanto, existem pessoas que como os crentes de Beréia (Atos 17:11), preferem buscar na própria palavra e em Deus, se isso é de fato assim mesmo. Tendo em vista a grande polêmica do assunto, e o fato desse blog não ligar para essa polêmica, queremos discorrer sobre esse assunto de uma forma transparente e amigável.

Para ficar fácil e de forma objetiva, queremos repartir em três etapas o que vamos compartilhar, são elas.....1ª Dízimo é contribuição da Lei ou da Graça??? 2ª E os versículos sobre dízimo no Novo Testamento, como ficam??? 3ª Mas sem dízimos como arcar com as responsabilidades ministeriais???

Bem, ao que diz respeito a 1ª etapa é bem importante lembrar o motivo do porque Deus criou o Dízimo, isto é, o primeiro Seguro Social da história. Isso mesmo, quem lê a Bíblia sabe que Deus criou e instituiu o dízimo para 04 categorias de pessoas: Viúvas, Órfãos, Estrangeiros e Levitas. Quando uma mulher com 05 filhos pequenos perdia seu marido por N motivos, ela não tinha o Posto do INSS para requerer sua pensão; da mesma forma os 05 filhos caso ao invés de perder somente o pai também perdesse a mãe; da mesma forma o estrangeiro; e também os levitas que não tinham bens para deixar a sua descendência, pois tinham como função cuidar do templo permanentemente e por isso não possuíam fazendas e/ou posses. É importante lembrar que em NENHUM momento da bíblia é citado que o dízimo deveria ser dado em forma de dinheiro, mas SEMPRE na forma de alimentos. Assim todas as 11 tribos (excluindo, portanto, os Levitas) deveriam apresentar seus dízimos, em espaços determinado de tempo. Ocorre que muita gente diz: o dízimo era dado em forma de alimento porque não existia moeda corrente naquela época; MENTIRA, havia sim e a prova disso está em Gênesis 23, no momento em que Sara morre, Abraão compra por 400 siclos de prata a terra em que sepultaria sua falecida mulher. Ora, comprava-se terras por siclos de prata e não dariam dízimos da mesma maneira??? Pois bem, já ficou claro que o dízimo era uma ordenança da Lei, portanto, se você vive sobre a Lei, deve dizimar. Quanto ao novo testamento, não há uma base verdadeira na Bíblia Sagrada, para cobrança de dízimo dos cristãos; muito pelo contrário, o que há são orientações para que nenhum cristão troque a sua liberdade pela maldição da servidão da Lei.
Para responder a 2ª etapa é importante, antes de mais nada, lembrar que encontramos somente 04 textos no novo testamento que mencionam o dízimo. Dos quatro, dois são paralelos, ou seja, relatam a mesma situação (Mateus 23.23 e Lucas 11.42), os outros dois estão em Lucas 18.12 e Hebreus 7.2-9, porém, nenhum deles diz respeito a dízimo de cristãos. Vamos lá....Mateus 23.23 diz o seguinte (palavras de Jesus): Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé, deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. Lucas 11.42 diz: Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas e não deixar as outras. Qualquer pessoa (que queira) consegue entender que Jesus diz que eles (escribas e fariseus, os então chamados “doutores da lei” e não cristãos) deveriam continuar dando o dízimo e, inclusive, não se omitirem de praticar os demais mandamentos da Lei (o mais importante dela). Com relação a Lucas 18.12 vamos partir do verso 11 até o 14:

11 - O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
12 - Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
13 - O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
14 - Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.

Observe que, novamente Jesus faz referência ao dízimo de homens que estavam debaixo da Lei. É muito fácil (para quem quer) entender que Jesus não está impondo o dízimo aos cristãos nesse texto. A última passagem (Hebreus 7.2-9) talvez seja esse o texto mais esperado para quem defende o dízimo, por isso preste bem atenção nas próximas linhas:

2 - A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
3 - Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
4 - Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
5 - E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
6 - Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.
7 - Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
8 - E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.
9 - E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.

Os cristãos hebreus, por terem vindo do judaísmo e seus preceitos, tinham tendências a sustentar rudimentos do Antigo Pacto (a Lei), tais como: circuncisão, sacerdócio levítico, etc.etc. (At 15.5-6). Sendo assim, o que o escritor está tentando mostrar, neste capítulo 7, é a absoluta superioridade de Jesus sobre o sacerdócio levítico, que era segundo a Lei, ou seja, agia de acordo com a Lei, versículo 5.- Procura mostrar também que a obrigatoriedade da Lei havia tido o seu tempo exclusivo e que já havia cessado, conforme versículo 28, que diz: “Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre”.
Em resumo, o que o autor procura transmitir neste capítulo é a superioridade de Cristo, algo que ele faz em sequência. Primeiro apresenta a superioridade de Melquisedeque sobre o sacerdócio levítico, que aparece nos versículos 4 a 10; em seguida apresenta a superioridade de Cristo sobre o sacerdócio levítico, versículos 11 a 28. Essa superioridade de Jesus sobre tudo e todos está resumida no primeiro versículo do capítulo 8:1: “Ora, em suma (em resumo) do que temos dito, é que temos um sacerdote tal (tal aqui significa indescritível) que está assentado nos céus a destra do trono da Majestade”.
O fato de o escritor aos Hebreus ter usado o dízimo de Abraão a Melquisedeque como argumento para mostrar a superioridade de Cristo, não significa que está ordenando a cobrança de dízimo para os cristãos.
Os levitas cobravam dízimos segundo a Lei (de Moisés), é o que nos fala o versículo 5, que diz: “E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão”.
A expressão “têm ordem segundo a lei” deixa claro que o dízimo era tomado segundo a Lei, e não segundo a Graça! Observe que o escritor faz questão de esclarecer que o dízimo não era praticado entre os cristãos, quando diz: “do povo, isto é, de seus irmãos”. Não disse “dos nossos irmãos”, mas, “dos seus irmãos” (dos irmãos espirituais dos sacerdotes levíticos que ainda andavam na Lei e não viviam na Graça de Cristo).
Onde aparece a Igreja primitiva pagando ou recebendo dízimos? Aparece, sim, recolhendo ofertas voluntárias para diversas necessidades e finalidades.
A lei no cristianismo é outra; observemos o versículo 12: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”.
O cristianismo está na lei da liberdade, Tg 1.25: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisto persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito”.
E também, Tg 2.12: “Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”. Não é mais a lei da aliança levítica, isto é, de mandamentos carnais (Hb 7.18-19).
Portanto, irmãos, convêm que consideremos a advertência de Paulo: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1).


Hebreus 7.8

“E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive”.

Na primeira parte, ele está fazendo menção do sacerdócio levítico, que era composto de homens mortais, conforme versículo 5.
A palavra “aqui” se refere a essa menção. Seria o mesmo que o autor dizer: Aqui (neste caso, nesta situação que expomos a vocês, irmãos) quem cobra dízimos são homens que morrem.
Quais homens? Os levitas. Pois o sacerdócio levítico continuava quando foi escrita esta epístola, tanto que no capítulo 8, versículo 4, o escritor, comentando sobre Jesus, diz: “Ora, se Ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei”.
Então, o “Aqui” não está fazendo referência aos pastores, presbíteros e outros obreiros do cristianismo como muitos supõem e ensinam, mas sim a sacerdotes levíticos, pois eram eles quem cobravam dízimos.
Já, na segunda parte, quanto à palavra “ali”, ela não passa de uma referência a Melquisedeque ali no passado. Seria o mesmo que o autor dizer: “Ali (naquele caso, naquela situação, no tempo de Melquisedeque) aquele de quem se testifica que vive”.
O “Ali” não está fazendo referência a Jesus, como alegam. O dízimo não é exclusividade da Lei, conforme versículo 5? Então, como pode Jesus estar lá no céu cobrando ou recebendo algo pertencente àara nos nas suas or CÉDULA que era contra nós nas suas ordenanças, a qual Ele já riscou, Tirou do nosso meio e cravou na cruz ? (Cl 2.14).
Por fazer parte da Lei de mandamentos carnais, o dízimo foi substituído pela Graça. Depois que a fé veio já não estamos debaixo da Lei, conforme está escrito: “Separados estais de Cristo, vós, os que vos justificais pela lei: da graça tendes caído” (Gl 5.4).

Por último, a 3ª etapa. Surpreendentemente existem muitíssimas pessoas que, quando se explica tudo o que foi escrito aqui até agora, interrogam: Mas e a casa de Deus, como pode manter-se sem dinheiro?
O novo testamento nos diz explicitamente
(2 Corintios 9.7) Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

O propósito desse texto não é o de criar uma mente avarenta no leitor, pelo contrário, é dizer que se você quiser dar 15% da sua renda faça isso com alegria e com sinceridade, se quiser dar 5% faça isso com alegria e sinceridade, se quiser dar 10% faça isso com alegria e sinceridade, em todo caso lembrando que Jesus já morreu na cruz e cravou nela o cumprimento da Lei e dos Profetas. Quando a Bíblia fala em amor a obra, acarreta nisso: 2 Corintios 8.14-15: Mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade; Como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos. 2 Corintios 9.9: Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre. 2 Corintios 9.12: Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Mateus 25.41-45: Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. Atos 2.44-47: E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

Esperamos ter ajudado as pessoas que por acaso passarem por aqui e tomarem parte do seu tempo entendendo com uma visão aberta sobre esse assunto tão polêmico, que talvez seja tão polêmico assim por ser, quase sempre, a “galinha dos ovos de ouro” de muitos.
Pense, reflita, peça auxílio ao Consolador, todavia, não deixe de contribuir. Financie um missionário no campo, se assim Deus o instruir, plante, colha, seja abençoado.
E para terminar lembre-se SEMPRE. No cristianismo quem repreende o devorador é a justiça da fé no poder do nome de Jesus. NUNCA com dízimo ou qualquer contribuição financeira.
Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda força do inimigo, e NADA vos fará dano algum. (Lucas 10.19).

Toda a base literária para formulação desse texto foi extraído do Livro "O Dízimo e a Graça", distribuído gratuitamente em http://www.odizimoeagraca.com/

2 comentários:

  1. Excelente artigo sobre o dízimo! Penso exatamente como está descrito aqui e na palavra. Ótimo Blog, já sou seguidora!

    www.jovensemcristobrasil.blogspot.com

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  2. Uma bela desculpa para quem não que ser dizimista...

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