quarta-feira, 15 de abril de 2009

Confissão positiva: Um bom negócio para os pregadores

Muito se tem falado sobre a teologia da prosperidade e a tal confissão positiva. Chega a dar nos nervos e derrubar por terra um dos frutos do Espírito, a longanimidade. É muita aberração! Pastores renomados, até então tidos como sérios se entregam às inovações teológicas de corpo e alma.
A confissão positiva nos leva aos princípios esotéricos que norteiam todas as seitas holísticas. Baseados em textos bíblicos isolados, esses teólogos afirmam que há poder em nossas palavras pra tudo.
Tenho um amigo, um colega jornalista, que vive dizendo que vai ganhar o prêmio acumulado da mega-sena. Faz tempo que vem jogando, mas nunca acertou nem um terninho sequer. Ele faz os jogos e depositam tanta confiança e profere tanto positivismo naquilo, que dá impressão que já ganhou outras vezes. Continua ralando na redação e cumprindo cada pauta monstruosa, é de dar dó.
Conheço um cristão fervoroso que há pelo menos vinte anos passa em frente uma casa modesta até, dizendo “esta casa será minha”. Dia desses a casa foi demolida e o terreno vendido. E ai? Mais fé que esse amigo só mesmo Abraão. Ele terá aquela casa mesmo tendo proferido palavras positivas.
Vejo que os pastores que pregam a confissão positiva estão bem. Moram em mansões, desfilam em carrões e só aceitam descer para o interior pregando a mágica das riquezas, caso a igreja banque a viagem aérea e o hotel cinco estrelas. Eles vivem bem mesmo, tendo de tudo, viajando para o exterior e esnobando suas posses no altar. É lamentável!
O segredo da riqueza desses pregadores não está na confissão positiva, e sim, em sua vendas positivas. Como vendem livros, apostilas e palestras. É uma loucura, aff! Mesmo num dia bem negativo esses pregadores vendem suas bugigangas pseudo-teológicas aos incautos que não lêem Bíblia e buscam a solução mágica como meio de sobreviver às dificuldades que o mundo lhes impõe. Isso também é triste. Faltam estudos bíblicos nas igrejas.
Os tais pregadores da confissão positiva saem pelo mundo anunciando a descoberta das Américas no campo das riquezas. Dizem que é fácil ser próspero, bastando para isso, proferir palavras positivas. Fosse assim, as igrejas estariam repletas gente rica. Os pobres, em geral mais fiéis nos compromissos com a igreja, sustentam a pompa de muitos riquinhos metidos à besta; inclusive alguns pastores pregadores da confissão positiva.
Talvez você esteja questionando agora, o fato de até o momento nenhuma referência bíblica ter sido citada neste artigo. Não se trata de um ensaio teológico sobre prosperidade, e sim, de uma verdadeiro desabafo contra as aberrações teológicas que encontramos nos últimos tempos. Mas, caso queira dar uma olhadinha na bíblia, com certeza, procurando você encontrará uma porção de textos que contrariam a pregação da confissão positiva.
Thiago, aliás, ao falar da língua com a qual os “positivistas” fazem suas confissões, não deixa nenhuma indicação de que isto seja uma realidade na vida do cristão. Ao contrário, Thiago mostra que a língua é uma arma perigosa. O mesmo Thiago, no capítulo 3, versículo 9, sem rodeios, dá um tremendo “chega pra lá” nas teorias positivistas que enriquecem o cristão.
Dia desses, assistindo ao programa Vejam Só, na Rit-TV (a TV do R.R. Soares) ouvi cada barbaridades que não dá para engolir mesmo. Um dos participantes chegou a afirmar que Jesus era muito rico. Outro afirmou que a mulher do fluxo de sangue foi curada simplesmente porquê fez a confissão positiva, afirmando: “se tão somente eu tocar em seus vestidos serei curada”. Os dois pastores venderam uma informação equivocada. Pior; eles sabem que falaram besteiras.
Dizer que Jesus era rico, ou seja, bem sucedido economicamente, não parece nada bíblico. O próprio Jesus afirmou que não tinha onde reclinar sua cabeça. Ele entrou triunfante em Jerusalém sobre o lombo de um jumentinho que não era dele. Usou um local para a última ceia, também emprestado. Jesus, na verdade não tinha nem mesmo onde cair morto. Se José de Arimatéia não tivesse cedido seu túmulo, o corpo de nosso Jesus teria ficado exposto em algum lugar. Definitivamente, ser rico não significa ser abençoado, como também ser pobre não quer dizer que o cidadão está sob maldição. É preciso equilíbrio, só isso.
Afirmar que a mulher do fluxo de sangue foi curada mediante sua confissão positiva, indica que o pastor não leu o texto completo ou simplesmente despreza as palavras e o poder de Jesus. Nessa história, não temos nada confissão positiva, mas temos a demonstração da soberania e da misericórdia de Jesus.
A mulher pensou que apenas tocando nas vestes de Jesus, seria curada. Negativo, pois se dependesse somente dela, com certeza o fluxo exagerado seria uma realidade todos os meses. Jesus disse a palavrinha “mágica” para aquela mulher: “Sê curada!”. Neste momento ela recebeu a cura, pois Jesus determinou sua cura.
Por falar em “determinou sua cura”, o verbo determinar é bastante usado pelos pregadores da confissão positiva. Eles dizem que devemos determinar a benção, tomar posse da benção, exigir a benção, trazer à realidade aquilo que queremos. Eles dizem. Mas, Jesus Cristo ensinou diferente, afirmando: “Pedi, pedi...”.Em outro trecho, o mesmo Jesus diz, “Tudo o que pedirdes em Meu nome...” Com se vê, nesses dois textos, o verbo determinar não aparece. Só os pregadores da confissão positiva ensinam que devemos determinar. Neste caso, ao menos deveriam lembrar que quem determina, também responde pelas conseqüências daquilo que determinou.
Para encerrar este artigo, quase um tratado, gostaria de lembrar que as igrejas precisam voltar a pregar a mensagem simples e pura do evangelho, ou seja, Jesus salva, cura, batiza e voltará. Quem está em Cristo, nova criatura é, pois as coisas velhas se passaram e tudo se fez novo.
Se você é pobre e tem certeza de sua salvação, pronto, isto basta. Se você é rico e tem dúvidas sobre o amanhã, então cuidado!

Texto Integral de:
Jornalista Jair Viana
jviannar@hotmail.com
Estudo extraído do Centro Apologético Cristão de Pesquisas - CACP

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